top of page
Ana Carolina do Nascimento

Starship Flight 5: foguete que dá ré?

Projeto ambicioso de Elon Musk que promete  mudar totalmente as viagens espaciais foi realizado no dia 13 de outubro de 2024 pela empresa SpaceX.


Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, da Neuralink, do X (antigo Twitter) e da SpaceX e cofundador da OpenAI, desenvolveu mais um foguete, o Starship, que é capaz de recuperar o Super Heavy, base na qual se localizam os propulsores, trazendo assim uma nova forma mais sustentável e barata para viagens espaciais. A empresa responsável por este feito é a SpaceX, empresa fundada com a esperança de que, em algum futuro próximo, a humanidade esteja explorando lugares cada vez mais distantes.

A SpaceX durante seus 22 anos coleciona diversos feitos, muitos deles envolvendo a construção de foguetes. Alguns exemplos são: Falcon 9, Falcon Heavy, Dragon e Starship. Todos esses trouxeram alguma inovação para a humanidade. A mais recente foi a protagonizada pelo Starship, que após muitas tentativas foi capaz de trazer de volta para reutilização os seus complexos propulsores. Ao total foram cinco lançamentos testes, dentre esses apenas dois foram bem sucedidos.

Na primeira tentativa de lançamento, em 2023, a nave Starship explodiu enquanto ainda estava conectada ao Super Heavy. Essa explosão ocorreu após uma falha nos motores que ativou o sistema de destruição feita pela empresa. Diferentemente dessa tentativa, no segundo lançamento a explosão do Super Heavy ocorreu logo após a sua separação da Starship, nesse episódio foram encontrados pela FAA dezessete erros. Já no terceiro voo, em 2024, a nave colapsou só após cinquenta minutos de voo, e esse foi considerado como um avanço para a SpaceX. E na quarta missão, realizada em 6 de junho de 2024, a Starship foi capaz de pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como tinha sido planejado.

Finalmente, no dia 13 de outubro de 2024, às 9:25hrs no horário de Brasília, ocorreu o último lançamento, em que a nave mais poderosa já construída foi capaz de desacoplar suas duas partes e pousar em segurança. O Super Heavy, de 71 metros de altura, com um impulso de 7590 toneladas-força (tf), conseguiu ser capturado pelo Mechazilla, estrutura projetada para recuperar com seus “braços”, o foguete que fez seu retorno. Para essa volta ocorrer, o Super Heavy utilizou seus retrofoguetes para fazer manobras que o possibilitaram a “dar ré”, o que é formalmente denominado como um pouso controlado.

Este pouso é feito da seguinte forma: o Super Heavy volta à atmosfera terrestre; no momento em que chega próximo ao Mechazilla, seus 33 motores Raptor são ativados o possibilitando girar e ficar na vertical. Nessa posição, o Super Heavy vai descendo de forma controlada, pairando enquanto os braços se fecham e o capturam. Para finalizar o procedimento, o Super Heavy é baixado ao solo. Enquanto tudo isso ocorria, a Starship, com seus 50 metros de altura, capaz de carregar de 100 a 150 toneladas, continuou a voar com seus três motores Raptor e três motores Raptor Vacuum (RVac, motor projetado para ser usado no vácuo proporcionado pelo espaço), até que pousou no Oceano Índico.


Figura 1 - Foguete da Space X


O motor Raptor utilizado nessa aeronave é um motor a combustão, ele utiliza metano (CH4) e oxigênio líquido (LOX), o que dá a ele o dobro de impulso do motor do Falcon 9, por exemplo. O impulso de apenas um desses motores é igual a 230tf; por consequência, a utilização de  33 deles, total presente no Super Heavy, são 7590tf.

A SpaceX já se pronunciou dizendo que apreciam estes testes mesmo que ocorram diversas falhas, pois com os erros eles são capazes criar novos designs, mais seguros e econômicos. Além disso, a empresa disse que pretende utilizar a Starship junto da NASA, para transportar astronautas até a Lua na missão Artemis III e futuramente à superfície de Marte, sendo um sistema totalmente reutilizável.

Ser reutilizável é uma das grandes inovações do foguete, esse detalhe o traz um potencial de mitigação dos impactos ambientais no tópico de missões espaciais. Isso porque, com a possibilidade de reutilização de foguetes, a SpaceX será capaz de reduzir de maneira significativa a quantidade de resíduos e emissões de gases gerados pelo lançamento.

Esta nave criada pela SpaceX com 121m de altura e 9m de diâmetro é um importante foguete para a história humana, como o Saturn V, construído pela NASA com o objetivo de enviar astronautas à Lua durante o programa Apollo, entre os anos 1960 e 1970. Space Launch System (SLS), também da NASA, é um foguete super pesado projetado especialmente para a exploração humana além da órbita da Terra. O SLS é o único foguete capaz de enviar a nave espacial Orion da NASA, quatro astronautas e uma grande carga diretamente para a Lua em uma única missão.

O Falcon Heavy, composto por três núcleos reutilizáveis ​​Falcon 9, totalizando 27 motores Merlin que juntos geram mais de cinco milhões de libras de empuxo na decolagem, o equivalente a aproximadamente dezoito aeronaves 747. E os foguetes da frota de ônibus espaciais da NASA que bateram altas marcas de conquistas e resistência ao longo de trinta anos de missões. Com naves como Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour, esse programa levou pessoas à órbita, lançou, recuperou e consertou satélites, além de conduzir pesquisas de ponta e contribuir com a construção da maior estrutura no espaço, a Estação Espacial Internacional.


Figura 2 - Imagens BBC


Desta forma, pode-se representar a Starship como um marco na exploração espacial, não apenas pela sua capacidade de transporte, mas também pela reutilização dos sistemas de lançamento, que promete reduzir custos e tornar as missões mais sustentáveis. Com cada teste realizado, a SpaceX avança em direção a seu objetivo de levar humanos a Marte. Estas inovações contínuas da empresa não só transformam o setor aeroespacial, mas também inspiram uma nova geração de cientistas a sonhar com o que é possível. Assim, é possível considerar o futuro da exploração espacial cada vez mais próximo.




PARA PERMANECER ATUALIZADO, INSCREVA-SE!

© 2023 by Jovens Cientistas Brasil.

bottom of page