Conforme os jogos olímpicos de Paris 2024, que terão início em julho, se aproximam, os ânimos e o sentimento nacionalista que unem os brasileiros na torcida por nossos atletas aumenta. Neste artigo, porém, abordarei a menos comentada, mas não menos importante, paralimpíada. É notório saber que a infraestrutura de treinamento de atletas em regiões periféricas do Brasil não possui grande qualidade, portanto, quando se trata de atletas com desabilidades motoras, como estes obtêm acesso à equipamentos tão caros e refinados como próteses, e também quais são alguns projetos que visam democratizar o acesso a eles?
As Paraolimpíadas 2024 contam com 22 modalidades no total, ante a 32 nas Olimpíadas. O Brasil estará competindo em 13 dessas modalidades, que são atletismo, natação, vôlei sentado, futebol de cegos, ciclismo, goalball, canoagem, remo, taekwondo, tiro esportivo, tiro com arco, bocha e tênis de mesa.
Figura 1 - Fonte: Programa de Desenvolvimento paralímpico; Governo do Estado de São Paulo
Para que um atleta seja convocado para competir nos jogos olímpicos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) convida os Comitês Olímpicos Nacionais (COB no caso do Brasil) a participar, que por sua vez selecionam os competidores com base em suas respectivas posições no Ranking Mundial de Pontos.
Quanto ao âmbito individual dos atletas, as próteses são desenhadas para suprir as necessidades específicas de cada esporte e também de cada atleta, visto que há uma grande gama de deficiências elegíveis para concorrer no evento supracitado. Portanto, tais equipamentos costumam ser customizados para cada esportista.
Levando em conta a natureza desses equipamentos, é de se imaginar que não se tratam de ferramentas baratas, levando em conta o alto nível de customização e a tecnologia de ponta neles presentes. Essa questão culmina em uma problemática: o quão acessível são essas próteses para os competidores? Sobretudo em um país como o Brasil, onde muitos atletas têm origem simples.
Figura 2 - Fonte: Ale Cabral; Comitê Paralímpico Brasileiro
Para atenuar a questão monetária da aquisição da prótese e das despesas com equipamentos em geral, o Governo Federal oferece programas de fomento dos esportes, além dos próprios sistemas do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que se sustenta via incentivos governamentais e parcerias privadas também.
Entre os programas governamentais, ganha destaque a “Bolsa Atleta”, que opera desde 2005 e financia os atletas individualmente e diretamente, sendo um dos maiores programas do gênero do mundo. Além disso, é permitido que os atletas tenham outros patrocínios juntamente com esse.
Existem também diversos projetos estaduais e municipais. Pode-se citar aqui o “Programa de Desenvolvimento Paralímpico”, do estado de São Paulo, que possui um objetivo diferente dos supracitados. Este visa capacitar profissionais para que possam lecionar e ser técnicos de atletas do ramo.
Conclui-se portanto, que apesar da dificuldade de acesso aos equipamentos, não há falta de incentivos para que atletas paralímpicos possam focar integralmente em seus treinos, e menos em questões monetárias. Entretanto, muitos desses programas requerem que o atleta apresente um alto desempenho e também resultados por meio de premiações e classificações, o que torna esses incentivos inacessíveis para muitos. Infere-se, então, que apesar da existência dos projetos já estabelecidos, ainda há um grande caminho a se percorrer para que se democratize o acesso aos esportes paralímpicos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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