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  • Foto do escritorRyan Santos

Problemáticas estruturais do Sistema de Saúde e as Políticas Públicas de Saúde


No cenário das políticas públicas de saúde no Brasil, uma miríade de desafios surge, abarcando questões estruturais, financeiras e sociais. No epicentro desse desafio encontra-se o Sistema Único de Saúde (SUS), uma conquista para a universalização do acesso à saúde, porém confrontado por obstáculos persistentes. A busca por soluções eficazes demanda uma compreensão abrangente das barreiras que limitam a plena efetivação do SUS, visando não apenas a superação dos desafios atuais, mas também a construção de um sistema de saúde resiliente e capaz de enfrentar as demandas em constante evolução da sociedade brasileira.


A complexidade dos desafios enfrentados pelas políticas públicas de saúde no Brasil é evidenciada pela interação de diversos fatores. Apesar da estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) ter sido concebida com o intuito de proporcionar um atendimento equitativo a todos os cidadãos, a presença de limitações orçamentárias compromete sua eficiência e expansão. Adicionalmente, as disparidades regionais e sociais acentuam essas dificuldades, contribuindo para a manutenção das desigualdades no acesso aos serviços de saúde. Este cenário é ainda mais desafiador diante da necessidade de lidar com epidemias e pandemias, como a crise recente da Covid-19, destacando a importância de fortalecer sistemas de saúde resilientes e adaptáveis.


Nesse sentido, para promover melhorias nos sistemas defasados é crucial que haja esforços contínuos. Isso inclui a implementação de políticas que visem a alocação mais eficiente de recursos, a redução das disparidades regionais e sociais e o fortalecimento da capacidade de resposta a crises de saúde pública. Todavia, é por meio de uma abordagem abrangente e colaborativa que será possível garantir o acesso equitativo e de qualidade aos serviços de saúde para todos os brasileiros, mesmo em face dos desafios mais urgentes.


A insuficiência de recursos financeiros, afetando a capacidade do sistema em fornecer serviços de qualidade. A busca por fontes sustentáveis de financiamento torna-se imperativa para fortalecer a infraestrutura e atender à crescente demanda. A escassez de financiamento representa um obstáculo, comprometendo a eficácia do sistema em oferecer serviços de alta qualidade. Essas limitações financeiras impactam diretamente a capacidade da infraestrutura em lidar com a demanda em constante ampliação.


As desigualdades regionais e sociais representam um desafio substancial no âmbito dos serviços de saúde. Essas adversidades emergem com certa influência direta sobre o acesso e a qualidade desses serviços. A persistência dessas disparidades destaca a necessidade premente de abordagens estratégicas voltadas para a promoção da qualidade no atendimento. A falta de acesso uniforme aos serviços de saúde de qualidade perpetua ciclos de desigualdade, prejudicando especialmente comunidades em regiões mais desfavorecidas e grupos socioeconômicos vulneráveis (Araújo, Carolina, 2017).


Ao discutir as problemáticas, é fundamental abordar a implementação e os impactos tangíveis das estratégias adotadas, avaliando seu alcance na melhoria do acesso, na promoção da prevenção e na garantia da qualidade dos serviços prestados. A universalização do acesso à saúde, sua integralidade, são uns dos pilares fundamentais do SUS, merecem uma análise aprofundada, considerando as nuances regionais e sociais que podem influenciar a efetividade dessa busca pela equidade. No entanto, a Constituição Cidadã assegura que a saúde é um dos deveres do Estado e um dos direitos fundamentais do ser humano (Araújo, Carolina, 2017; JÚNIOR, Aylton; JÚNIOR, Luiz, 2006).


Para a construção dos caminhos que levam à oferta de saúde de qualidade é preciso a formulação de planejamentos estratégicos. Conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 87,64% dos entrevistados destacaram a melhoria na prestação dos serviços de saúde como a questão social mais urgente no Brasil. Esse contexto ressalta a necessidade de ações estratégicas e políticas eficazes para atender às expectativas e demandas crescentes por um sistema de saúde mais eficiente e acessível (Araújo, Carolina, 2017; IPEA, 2013).


Tais dados refletem não apenas uma preocupação isolada, mas uma demanda coletiva e generalizada por melhorias significativas na área da saúde. Diante disso, é premente que as autoridades e gestores públicos estejam atentos a essas percepções e ajam de forma decisiva para promover reformas e investimentos que resultem em uma transformação substancial no sistema de saúde brasileiro. Essas ações devem incluir não apenas medidas voltadas para aprimorar a infraestrutura e os recursos humanos, mas também políticas que abordem as desigualdades sociais e regionais existentes, garantindo assim um acesso equitativo e digno aos serviços de saúde para todos os cidadãos.


Portanto, torna-se crucial adotar uma abordagem abrangente que transcenda simples ajustes legislativos e políticos. A superação efetiva demanda uma mobilização de recursos, esforços interdisciplinares e um comprometimento constante com a melhoria integral do sistema de saúde, o que não se limita apenas à implementação de mudanças pontuais; ao contrário, requer uma visão estratégica e sustentável que abarque a complexidade do cenário atual. E ao fortalecer a base financeira, será possível não apenas manter, mas também aprimorar a infraestrutura existente, assegurando que o sistema esteja adequadamente equipado para enfrentar os desafios decorrentes do aumento da demanda por serviços.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ARAÚJO, Carolina; MEDINA, Lizia; CONDÉ, Eduardo. Políticas Públicas de Saúde e bem-estar: fronteiras entre o financiamento público e o privado no Brasil e em Portugal, 2017.


Estudos de Sociologia, Recife, 2017, Vol. 1 n. 23.GEREMIA, Daniela; ALMEIDA, Maria. Saúde coletiva: Políticas Públicas em Defesa do Sistema Universal de Saúde. São Paulo: BVMS, 2019. 107-121 p.


JÚNIOR, Aylton; JÚNIOR, Luiz. Políticas públicas de saúde no Brasil. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 8, n. 1, p. 13-19, 2006.SANTOS, Everaldo Melazzo.


Problematizando o Conceito de Políticas Públicas: Desafios à Análise e à Prática do Planejamento e da Gestão. 2. ed. São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Geografia, 2010. 9-32 p. v. 4.


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