top of page
LÍVIA BRAGA

Física do coração

O coração é um dos órgãos de maior importância no nosso corpo. O bombeamento de sangue garante o funcionamento geral corporal e a entrega de oxigênio e nutrientes para todo o sistema, subsídios basais necessários. 


Tendo isso em vista, o pequeno músculo funciona através de impulsos convertidos em movimentos visando o bombeamento de sangue. A mecânica exerce um papel crítico na regulação da função cardíaca. A contração seguida do relaxamento, possibilita a chegada de sangue a órgãos periféricos. Entretanto, essa primordial e substancial dinâmica pode ser afetada por uma variedade de fatores, como doenças ou condições genéticas, inabilitando o bombeamento e consequentemente o funcionamento de outros sistemas. 


Esse artigo objetiva a exploração das funções mecânicas que envolvem o miocárdio, juntamente com o estudo dos avanços médicos no combate e ajuda em disfunções cardíacas e seus tratamentos. Conclui-se que o entendimento e a pesquisa que tangenciam o tópico principal são importantes para o entendimento do funcionamento do órgão vital acarretando na compreensão de disfunções e o desenvolvimento de possíveis tratamentos. 


A anatomia cardíaca geral pode ser resumida em quatro partes principais: os ventrículos direito, esquerdo e os átrios direito e esquerdo. Essas cavidades trabalham involuntariamente e em conjunto com diversas outras estruturas, como válvulas, para desempenharem a função do coração, bombear sangue. Essa ação é exercida em ciclos conhecidos como batimentos cardíacos. Esse ocorre normalmente em duas fases: sístole, período de contração ativa, esvaziamento do sangue presente no ventrículo esquerdo e diástole, período de relaxamento e enchimento de sangue no ventrículo direito. 


Conectadas ao órgão em estudo, diversas veias e artérias o ligam ao resto do corpo, funcionando como canos. É chamada pressão arterial a força exercida pelo sangue nas paredes das artérias quando bombeado. Essa pressão depende da força de contração exercida pelo coração, a quantidade de fluido presente (volume) e da resistência das paredes dos vasos. Para uma pessoa saudável, a pressão deveria ser de 120/80 mmHG, respectivamente 

sistolica e diastolica. 


Figura 1


Em termos da mecânica, o melhor jeito de retratar o ciclo cardíaco é por 

meio da relação pressão x volume, representada por um diagrama PxV 

(imagem 1). Se caracterizando com um ciclo anti-horário.


Um dos princípios fundamentais da ação descrita é o mecanismo de Frank-Starling. Ele descreve a capacidade intrínseca do coração de se adaptar a variações no volume sanguíneo, modificando sua contratilidade. Em outras palavras, quanto mais o ventrículo se enche de sangue durante a diástole, maior será o volume de sangue expelido durante a subsequente contração sistólica, fato que pode ser evidenciado ao interpretar a curva descrita acima. 


Tendo em vista que todas as informações citadas acima são referentes a um adulto saudável, é imprescindível que se considere distúrbios que podem interferir nessas relações incapacitando ou danificando algum mecanismo do sistema cardíaco. É possível citar para elucidação os diversos tipos de arritmias, distúrbios de ritmo dos batimentos do coração causado por falhas no sistema elétrico de controle, insuficiência cardíaca, doenças nas válvulas, entre outras. Essas condições genéticas ou adquiridas podem e devem acarretar em consequências graves para outros sistemas do corpo humano, uma vez que tudo funciona em rede e o mau funcionamento de um setor pode acabar inabilitando diversos outros. 


Portanto, é necessário o estudo da física, principalmente da biomecânica no ramo médico acadêmico para que os profissionais tenham conhecimento dos princípios que regem o funcionamento cardíaco e, por sua vez, possíveis causas e consequências para distúrbios como os citados acima. 


A interdisciplinaridade física que rege o tema estudado e sua compreensão contribui para o avanço de diagnósticos, tecnologias e tratamentos para as mais diversas condições envolvendo o sistema cardíaco. 








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




Comments


bottom of page