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  • Foto do escritorJoana Guerra

Como a evolução da Ciência e da tecnologia nos ajuda a cuidar melhor da nossa pele?

A tecnologia transformou a forma como lidamos com as  atividades cotidianas e está cada vez mais presente na vida da população, atendendo diversas necessidades humanas. Dentre essas, pode-se destacar a evolução dos métodos de autocuidado, a famosa rotina de “skincare”. Você sabe como a tecnologia é utilizada para aprimorar dermocosméticos e auxiliar na prevenção de doenças dermatológicas? Veja a seguir. 


             A necessidade de cuidado é intrínseca ao ser humano. Durante a história e evolução da humanidade, nós sempre buscamos maneiras de cuidar da pele, a fim de estimular não só a manutenção de padrões estéticos, mas também atender às necessidades de cada época, como práticas de camuflagem nos tempos pré-históricos. 


             A evolução dos cosméticos acompanha a evolução da técnica de produção humana. No Egito antigo, por exemplo, os cuidados pessoais eram realizados por meio da extração de recursos da natureza, como mel, leite e óleos. Já durante o Renascimento, em detrimento das expedições europeias, houve não só a popularização de rituais de beleza e das especiarias utilizadas no embelezamento e cuidados, mas também iniciou-se a chamada Globalização da estética. 


           Atualmente, com o desenvolvimento e maior alcance das mídias digitais, tornou-se mais fácil o acesso à informação, compactuando com a globalização da estética. As rotinas de autocuidado estão cada vez mais populares e as empresas que estão por trás do desenvolvimento dos dermocosméticos que vêem-se nas redes sociais estão buscando evoluir a técnica de produção e o desempenho de cada produto, com o intuito de acompanhar as necessidades humanas. Por conta disso, percebe-se a implantação e melhora da tecnologia, acompanhada pelo desenvolvimento de pesquisas cada vez mais especializadas. No Reino Unido, por exemplo, houve uma melhora significativa no atendimento aos pacientes em clínicas dermatológicas, em virtude da utilização de novas tecnologias, que vão desde a utilização de dispositivos altamente tecnológicos até a realização de novos procedimentos, os quais proporcionam tratamentos inovadores e mais eficazes.


           Para entender como a tecnologia melhora o desempenho dos produtos de beleza, precisamos entender a nossa pele. Ela é dividida em três camadas: a hipoderme, que possui células adiposas, vasos sanguíneos e fibras de colágeno, a derme, que é a camada intermediária e a epiderme, que é a camada mais superficial e que proporciona  proteção. A nossa pele possui uma barreira de proteção, mas falaremos disso mais para frente.


          Os dermocosméticos possuem ativos que permitem que sua ação seja mais eficiente, justamente por penetrar camadas mais profundas da pele. Isso se dá por conta da utilização de tecnologias, como a nanotecnologia, que otimiza a ação desses ativos. 


          A nanotecnologia abrange o estudo de pequenas partículas, que, quando aplicadas aos dermocosméticos, fazem com que a ação dos mesmos se torne mais rápida e pontual, pois as nanopartículas facilitam a liberação de compostos sem que os ativos se percam antes de alcançar camadas internas da pele, sem atingir a corrente sanguínea. A aplicação desse tipo de técnica só é possível em virtude do desenvolvimento da biotecnologia, focado não somente no desenvolvimento de nanopartículas lipídicas, mas também na utilização de recursos naturais de maneira mais sustentável, contribuindo para a preservação do meio ambiente. 


           Outra técnica inovadora e muito interessante é a realização de pesquisas em peptídeos biomiméticos, as quais possibilitam a preservação da barreira cutânea, por produzirem produtos com ingredientes ativos que simulam processos realizados naturalmente pelo corpo humano, como a produção de colágeno,  mas que, por motivos internos e/ou externos, apresentam algum tipo de deficiência.


           A “barreira cutânea” é a camada mais externa da pele, formada por lipídios, principalmente ceramidas. A função dela é impedir a perda de água e a penetração de agentes externos, evitando infecções e irritações. Ela também é responsável por regular o pH da pele, permitindo a manutenção do microbioma cutâneo, o qual compreende os microrganismos que fazem parte da proteção da nossa pele, os quais não são nocivos à saúde. Além disso, o pH é regulado pela quantidade de água, sais minerais e secreções que são produzidas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas.


         Os estudos referentes ao entendimento da barreira cutânea tornaram possível a produção de dermocosméticos com ativos, como probióticos, que contribuem com a resistência da microbiota residente da pele, que atua contra agentes externos, como os microrganismos patogênicos e mudanças climáticas. O clima pode afetar a pele de diversas maneiras, alterando até mesmo a capacidade de renovação celular e interferindo na forma como a pele se protege de agentes patogênicos. As mudanças climáticas extremas também podem desequilibrar o pH da pele, danificando a barreira cutânea e nos deixando mais expostos.


         Os peptídeos biomiméticos, sequências de aminoácidos que imitam componentes naturais da cútis, auxiliam a minimizar os efeitos das mudanças climáticas na nossa pele, produzindo ativos que, em virtude da sensibilização, não conseguimos produzir de maneira orgânica. Um exemplo da aplicação dessa técnica é a utilização de hidratantes com ingredientes emolientes e umectantes, como ceramidas, que ajudam a reconstruir a barreira cutânea e proteger da desidratação. 


           As ceramidas são lipídios presentes na camada de proteção da pele, responsáveis por estruturar a matriz lipídica intercelular da epiderme. Dessa forma, utilizar dermocosméticos que contenham ceramidas ajuda a melhorar a bioproteção epidérmica, favorecendo a reparação da pele.


       Essas são apenas algumas das muitas técnicas empregadas no desenvolvimento de cosméticos com aplicações dermatológicas. É importante entender a função de cada produto que utilizamos e ter sempre o acompanhamento de um médico responsável para indicar quais os produtos e tratamentos que são mais adequados para cada tipo de pele.


Referências bibliográficas



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