Após anos sendo a nação mais populosa do mundo, a República Federativa Chinesa se encontra em uma crise demográfica e no final de abril de 2023 perde seu posto para a Índia que já vinha apresentando aumentos significativos, evidenciando uma grande estagnação no aumento da população chinesa, que possui agora cerca de 3 milhões de habitantes a menos. Contudo o que pode parecer uma perda para essa grande potência, também pode significar uma preparação para a futura era que está por vir.
Em 1980, ano que a China estava próxima de alcançar a marca de 1 milhão de habitantes, a política do filho único foi implantada. A superpopulação era evidente: em 50 anos o número de chineses mais que dobrou o que trouxe grandes preocupações para o país, como a pobreza e a fome. Essa política determinava que o casal que tivesse mais de um filho deveria pagar multas ao governo e em casos mais severos as mães eram obrigadas a abortar. Essa medida ficou em vigor durante 35 anos, e o país que se encontrava em profunda miséria tornou-se a segunda maior potência mundial,comandando diversos setores da economia.
Em contrapartida, as consequências dessa política estão preocupando a atual China. Entre 2015 e 2019 ficou entre 9,5 milhões o número de abortos no país, de acordo com um relátorio da Comissão Nacional de Saúde feito no final de 2021. E agora, em 2023 os líderes chineses estão preocupados por não ter população jovem suficiente para suprir o mercado de trabalho e sustentar a previdência social para a população idosa nos próximos anos. Sendo assim, medidas estão sendo tomadas para que tal problema seja superado, tornando o processo de natalidade mais acessível e desencorajando o aborto. Porém, quando uma ideia é implementada durante anos em uma sociedade,a população acaba desenvolvendo perspectivas diferentes sobre determinado assunto e passam a ver beneficios na aplicação desse ideal , o que explica o desinteresse das mulheres chinesas em ter mais de um filho. O maior custo de vida, por exemplo, está entre os motivos para o declínio da taxa de natalidade.
Ao mesmo tempo que a China está perdendo em um ponto, está se
superando e controlando outros problemas do país. Nos últimos anos o investimento em energias renováveis no país aumentou bastante, a capacidade instalada de energia eólica e solar do país aumentou 20,48% e 64,85% anualmente de 2012 a 2021, de acordo com o China Energy Media Group, e a grande inovação que promete mudar o mundo: o carro elétrico.A China já é o maior produtor e tem o maior mercado de veículos elétricos na Ásia. E a maior fabricante chinesa pretende conquistar o mercado da América Latina, começando pelo Brasil, com planos de construir uma nova fábrica além das três já existentes. A China diminuiu consideravelmente o uso do carvão como fonte de energia, cancelando os planos de construção de mais de 100 usinas, o que auxiliou também no controle da poluição do ar no país, que era considerado um dos países desfavorecidos nesse quesito, a média de redução da poluição no país entre 2013 e 2020 foi de 40%.
Agora, onde se encaixa a “NEP”?
A NEP foi uma política desenvolvida por Lênin em 1917 durante a Revolução Russa que significava ‘dar um passo para trás’ para recuperar a economia através da iniciativa privada e ‘dar dois passos para frente’ para retornar ao socialismo, acabando assim com as desigualdades sociais, a fome e a miséria em que o país se encontrava. Relacionando essa política com os acontecimentos atuais, a China está ‘dando um passo para trás’ com a queda da sua população absoluta, mas ao mesmo tempo dando ‘dois para frente’ se destacando em relação aos demais países através de seus acordos políticos e econômicos milionários, permitindo a aplicação de práticas capitalistas, admitindo a entrada de capitais estrangeiros que financiam a fundação de empresas privada, assim promovendo uma melhor qualidade de vida em seu país ,o que pode ser uma grande estratégia para o aumentar o número de imigrantes no país e suprir a falta dos jovens chineses no mercado de trabalho.
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