Nos últimos anos, a convergência entre a Biologia e a Astronomia tem gerado descobertas impressionantes que desafiam a compreensão do universo e da vida. A busca por exoplanetas, que são planetas que orbitam estrelas fora do nosso sistema solar, a análise de ambientes extremos na Terra e as pesquisas sobre a origem da vida têm revelado uma interação cada vez mais profunda entre esses campos aparentemente distintos. À medida que exploramos o Cosmos, deparamos-nos com questões que transcendem os limites tradicionais da Biologia, expandindo o entendimento sobre a vida e suas origens. Nesse contexto, a interseção entre as duas áreas em questão não apenas estimula a imaginação, mas também desempenha um papel crucial na nossa busca por respostas sobre a existência de vida além da Terra.
Segundo o livro "Biologia de Campbell" de Neil A. Campbell, a Biologia (Bio = Vida, logia = estudo) é o estudo da vida e dos organismos vivos. Esta disciplina científica abrange uma ampla gama de tópicos, incluindo a estrutura, função, evolução, crescimento e ecologia dos seres vivos. O livro é amplamente utilizado em cursos de biologia em nível universitário e oferece uma visão abrangente dos princípios e conceitos fundamentais da Ciência.
De acordo com a National Aeronautics and Space Administration (NASA), a Astronomia é a ciência que estuda os corpos celestes, como estrelas, planetas, cometas, asteroides, galáxias e outros fenômenos cósmicos. A agência espacial americana desempenha um papel fundamental na exploração do espaço e na pesquisa astronômica, e sua definição de astronomia reflete a abordagem científica e de exploração do universo que é fundamental para a missão da NASA. A instituição utiliza observatórios espaciais, telescópios e sondas espaciais para estudar o Cosmos e expandir nossa compreensão sobre diversos fenômenos astronômicos.
Um dos estudos que retrata esta interação é a Astrobiologia é um campo interdisciplinar que combina aspectos da Astronomia, Biologia e Geologia para estudar a possibilidade de vida no universo, tanto dentro quanto fora do nosso planeta (no caso de exoplanetas). Em suma, a Astrobiologia busca compreender como a vida pode surgir e se desenvolver em ambientes diferentes da Terra.
Esse campo de estudo investiga não apenas a existência de vida extraterrestre, mas também as condições que permitiram a vida florescer em nosso próprio planeta. Além disso, a Astrobiologia explora a diversidade de ambientes em outros corpos celestes, como luas, planetas e asteroides, para determinar se algum deles poderia abrigar vida.
Figura 1: Um dos requisitos básicos para a vida é a existência de DNA e/ou RNA.
A Astrobiologia envolve a colaboração de cientistas de diversas disciplinas, incluindo biólogos, astrônomos, geólogos, químicos e outros especialistas, e tem implicações significativas para a compreensão do universo e o lugar que a humanidade ocupa nele.
Exploração dos Conhecimentos Atuais
Nos últimos anos, avanços significativos na tecnologia telescópica e nas técnicas de detecção levaram a uma explosão de descobertas de exoplanetas. Em particular, a busca por exoplanetas habitáveis, ou seja, planetas que podem abrigar água líquida e potencialmente suportar vida, tem sido um foco central da Astronomia moderna. A identificação de exoplanetas na 'zona habitável', onde as condições podem ser adequadas para a existência de água líquida, tem despertado um profundo interesse e especulação sobre a possibilidade de vida além da Terra.
Figura 2: Representação do que seria a Zona Habitável no nosso sistema solar.
A zona habitável condiz com a capacidade do planeta, em sua órbita, de manter a água líquida para permitir o movimento das partículas e a eventual formação de moléculas orgânicas complexas como carboidratos, proteínas, lipídios e o próprio DNA. Além de fontes de energia como a própria luz da estrela, calor interno ou energia química para manter o metabolismo do possível organismo.
Com isso em mente, cientistas pesquisam, através de telescópios, sistemas planetários com a possibilidade de vida extraterrestre dentro e fora do Sistema Solar . Um destes sistemas seria o TRAPPIST-1.
Figura 3: Acima o sistema solar TRAPPIST-1 e abaixo o nosso sistema solar. Em vermelho: zona próxima à estrela , Verde: Zona Habitável, Azul Zona longe da estrela.
O sistema solar TRAPPIST-1 é caracterizado por possuir sete planetas em zona habitável, ele é estudado pelos cientistas que desconfiam que lá possa haver vida. Uma das hipóteses dos cientistas é que se a vida surgiu em um desses planetas, podem ter surgido nos outros também pelo espalhamento de rochas espaciais. Essa nova hipótese está sendo chamada de Lithopanspermia, ou seja, se a vida surgiu em um dos 7 planetas, há uma grande possibilidade de ter se espalhado pelos outros planetas e se desenvolvido. Há também a possibilidade de possuir 7 tipos de vidas diferentes em cada um dos planetas.
A correlação entre a Astronomia e a Biologia, evidenciada pelas descobertas recentes de exoplanetas habitáveis, redefine a compreensão do universo e da vida. A interseção destas disciplinas, ilustrada pelo estudo da Astrobiologia , não apenas estimula a imaginação, mas também desempenha um papel fundamental na busca por respostas sobre a existência de vida além da Terra. Os avanços tecnológicos na detecção de exoplanetas, como exemplificado pelo sistema TRAPPIST-1, oferecem uma janela fascinante para explorar a diversidade de ambientes potencialmente habitáveis. À medida que sondamos o Cosmos, a interação entre biólogos, astrônomos, geólogos e químicos na astrobiologia revela-se crucial, destacando as implicações significativas dessas descobertas para nossa compreensão do universo.
Referências bibliográficas: